sábado, outubro 31, 2009

Na hora do desespero...

Estou confusa e não sei como lidar com essa situação. Em um momento penso que sou esperta, no momento seguinte acho que sou incapaz de aprender qualquer assunto porque sou desorganizada, sem foco, e não sei me planejar realisticamente. Além disso, acho que meus colegas sabem coisas que eu deveria saber e não sei, isso causa um certo stress.

O problema real: Tenho Déficit de Atenção (DDA ou TDA)
Um problema organico e genético que tem a ver com a frequencia das ondas cerebrais. O tratamento é tomar um medicamento controlado, chamado ritalina.
Já sei disso a 5 anos mas tenho medo desse tratamento, e não fui diagnosticada por um médico. Na época que frequentava um psquiatra para resolver minha ansiedade em relação ao vestibular e insônia (2000 ou 2002, não lembro), comentei com ele que havia me identificado com os sintomas de DDA, pesquisando na internet, e ele ficou furioso e me disse que DDA era diagnosticado em crianças e somente do sexo masculino. Infelizmente eu acreditei e segui tomando remedinho para dormir e acordando retardada. Não aguentei esse tratamento, nem esse médico e me dei alta... Voltei para o yoga e comecei a correr ao inves de caminhar...
Alguns anos depois, enfrentando problemas no bacharelado e conversando com um amigo que se achava DDA, recebi a indicação para ler o livro Mentes Inquietas da Ana Beatriz e me identifiquei completamente. Procurei novamente um especialista e nem cheguei a marcar uma consulta quando ele me disse que o preço da consulta semanal era 150-200 reais. O anterior tava cobrando 120 reais por semana. O pior é que esse esfaqueamento não tem data para terminar e nem garantia de resultado... Depois não sabem porque eu detesto médicos... Devia ter procurado logo uma benzedeira...

O jeito Carolínico: Tento viver uma vida normal cheia de agendas e celular programado para bipar a cada compromisso. Incluindo comer, tomar banho e dormir. Coisas que as pessoas sem esse problema acham motivo de piada. Faço yoga, meditação e corro para me livrar do stress e tensão em que vivo, e também para controlar a ansiedade de muitas vezes esquecer de coisas importantes, me distrair facilmente, viver adiando afazeres importantes e ter uma imaginação fora do comum, especiamente para achar desculpas pró-procrastinação e fazer planos mirabolantes para meu futuro brilhante... Ou seja, viver viajando na maionese colorida. A sorte é que essa coisa também acontece ao contrário. As vezes, leia-se: quando estou trabalhando com prazer (sem me sentir pressionada) entro completamente no assunto é o que alguns autores chamam de hiperfoco. É assim que dou conta dos trabalhos e provas quando a falta de controle emocional não bloqueia tudo.
Uma outra característica de quem possui DDA é uma baixa auto-estima com forte insegurança, pois passa a vida ouvindo afirmações negativas e se sentindo frustrada, visto que não consegue realizar tarefas simples que a maior parte das pessoas consegue. Tinha uma professora descuidada que sempre me chamava de "lesma" ou "faísca atrasada" minha mãe ficou furiosa quando, criança, contei isso pra ela (infelizmente até hoje sou sempre a última a terminar de copiar coisas do quadro negro...)
A solução que eu encontrei no meio do caos:
Well... vou começar um novo tratamento que se chama Neurofeedback é caríssimo (pelo menos para meu bolso) mais é relativamente mais barato que terapia tradicional e promete me fazer ser uma pessoa normal ao fim de 25 sessões (começo na segunda (5/10), estou aguardando a disponibilidade da profissional). Ela vai colocar uns fios na minha cabeça, ligados a um aparelho (EEG) que vai "ver o que acontece" e eles vão fazer alguns estimulos, vamos ver como eu respondo e como deveria responder, vou fazer alguns exercícios de reabilitação e voilá: vou ser reeducada como devia ter vindo de fábrica.

Com tudo isso, POR QUE EU ESCOLHI FAZER MATEMÁTICA, A FINAL? Bem, isso é um fato: eu não sabia que tinha problemas reais eu achava que era só uma pessoa preguiçosa e problematica do tipo que pensa demais a respeito de tudo. Sem me sentir adequada a vida real, vivia me refugiando na biblioteca da escola sempre em busca de informações a respeito do que quer que fosse o assunto na minha mente. É óbvio que não sabia o qual curso escolher o que foi tema de algumas de minhas terapias na década que passei me tratando (enquanto ainda acreditava em terapia tradicional). Bem, mesmo assim, comecei 3 cursos até chegar no bacharelado em matemática: me matriculei em direito (não fui nem a primeira aula), cursei um ano de arquitetura e um ano de licenciatura em matemática. Mas uma coisa precisa ser dita: até entrar no bacharelado em matemática nunca tinha reprovado, nem ido mal de verdade. Também não era aluna modelo, era do tipo que prestava atenção na aula (se fosse interessante) e estudava pouco fora da sala, porem sempre lendo muito paralelamente... É claro que não fui bem desde o começo do curso, porque não tinha disciplina e não sabia que era tão necessária. Agora acredito que sem disciplina é impossível se destacar em qualquer que seja a área, especialmente em se falando de vida acadêmica. E estou tentando correr atrás dessa Habilidade desesperadamente, apesar do DDA.
Com um pouco de insistencia vou conseguir terminar o bacharelado em matemática (ou vou morrer tentando!)

POR QUE ESTOU NESSE CAOS? Porque permiti que uma série de pequenas coisas como problemas no computador, desordens hormonais, insonia, ansiedade, depressão, vergonha e medo me paralisassem.

Esse desabafo foi escrito em 29/09, mas não publiquei porque achava que não tinha condições de decidir sobre o quanto iria queimar o meu filme ou não. Agora que estou mais traquila, vendo a luz no fim do túnel, entendo que dias ruins e crises fazem parte da vida de qualquer ser humano imperfeito, e admitir isso é apenas o primeiro passo para uma existencia mais leve, sem tentar parecer o que não sou e melhorando no que for possível.

sexta-feira, outubro 23, 2009

Eu, a pena e a meta.

No caminho do sucesso (acadêmico, emocional, financeiro) as vezes me distraio com várias possibilidades sedutoras que aparecem para roubar o meu precioso tempo e atenção. E com isso aprendo o que funciona para mim (ou não funciona).

Cursar matemática, fazer yoga, aprender idiomas, fazer dança do ventre. Correr. Ler. Ai, mil atividades com apenas uma finalidade: SER FELIZ COM A MATEMÁTICA.

A verdade é essa: Nunca um objetivo me deixou tão frustrada, instigada, revoltada, confusa, no limite, me sentindo incompetente, péssima, fraca.

No começo do curso fantasiava que era perseguida. Não sei se porque achava que sou diferente, ou que as turmas são pequenas e é fácil para um professor lembrar de cada aluno e cada colocação ingênua por esse feita. Mas agora sei que era impossível para mim, ter sucesso naquele momento. Simplesmente porque eu não tinha condições: Era desorganizada e pouco precisa quando me expressava. E o pior é que não conseguia enxergar isso. Passava noites e noites estudando (especialmente nas vésperas de prova), fazendo o meu melhor, infelizmente, de maneira ineficiente. Muita informação para processar, curto espaço de tempo, descontrole emocional. Fazia o que achava o melhor e não obtinha nem o seis.
Litros de lágrimas derramadas e vários cursos de meditação, livros de auto-ajuda, conselhos dos mais variados depois...
Estou eu aqui de novo tentando.
Menos choro, mais objetividade. (Estar triste ou feliz não muda a situação)
E aos poucos e depois de várias tentativas malucas de saber quem eu sou e qual a minha melhor maneira de aprender (receber, processar, armazenar e demonstrar meu conhecimento das informações) passei a ver as situações com um pouco mais de clareza. Entendendo que sou uma SOLUCIONADORA de problemas. Matemáticos ou não.
As soluções:
Para a DDA, uma agenda eletrônica que bipa (uso a agenda do celular) + yoga e meditação. E, agora, NEUROFEEDBACK.
Para a falta de organização geral, agenda (de papel mesmo), calendário na parede + meditação.
Para dúvidas de quaisquer natureza Google, livros e amigos.

Quero fazer tudo com prazer, motivação e paz.
E buscar soluções simples como essas para todas as questões existenciais...

quinta-feira, outubro 22, 2009

Frases

"Quanto mais brilhante você é, tão mais você tem a aprender." Don Herold

"Tudo o que sou e que sempre desejei ser, eu devo a meu anjo Mãe". Abraham Lincoln

"O maior desafio para qualquer pensador é enunciar o problema de tal modo que possa permitir uma solução". Bertrand Russell